Friday, September 29, 2006

o mundo de Cristóvão

Cristóvão é o guri que “viaja” nos sonhos e imagina que seus bichos de pelúcia vivem num mundo encantado.
Nos episódios, existe um urso chamado Puff (que virou Pooh). Esse urso é tarado por dinheir... digo, mel. Ta sempre saqueando um lugar onde tem o dito cujo elemento.
Cristóvão sonha também com Tigrão, obviamente um tigre. Um camarada que se acha espertalhão, mas sempre se lasca. Tem um tom agressivo, mas suas aparições são discretas. Geralmente poucos se lembram do que ele diz.
Existe ainda o coelho Abel. Arrogante, porém organizado. Provavelmente, numa pesquisa sobre a relevância dos personagens, não chegaria a 1%. Mesmo sendo chato é discreto.
Leitão é engraçadinho. Mas também é coadjuvante.
Por fim, temos o sapiente Bisonho. Demonstra grande conhecimento sobre muitos assuntos. Mas sua postura, sua voz e suas atitudes, até mesmo quando tenta ser agressivo, não convencem.
Puff é, foi e provavelmente será o protagonista dos episódios. Continuará e metendo a mão no pote e fazendo cara de sonso, de quem não sabe de nada.
Bisonho continuará com sua aparição discreta. Vez ou outra sua voz surgirá em algum episódio.
Por fim, Cristóvão permanecerá sonhando a mesma coisa.

Engraçado. Essa história não me é estranha. Estão pagando pelos direitos autorais?

Wednesday, September 27, 2006

nova língua

A internet nos aproxima de pessoas que há muito tempo não vemos. Acreditem, ou não, encontrei a Tia Laurette! Oportuniza ainda a conhecer pessoas bacanas ou ainda nos vitima de malditos hackers que nos infernizam e tomam os poucos caraminguás que conseguimos auferir com muito custo.

Vários são os programas de conversa em tempo real. Já estão difundidos também os softwares de conversa em áudio ou áudio e vídeo. Qualquer lanhouse de vila tem computadores com headphone, microfone e webcam.

Se você, caro leitor, não estiver entendendo bulhufas até aqui, quero ver doravante.

Digo isso pelo fato de que, graças ao messenger, seguramente o programa de conversa em tempo real mais utilizado, estamos criando uma nova língua. Nada parecido com a diferença entre o Português Brasileiro com o Português de Portugal, como dizem muitos.

Vamos aos exemplos, extraídos de um website de relacionamento (aquele onde sempre aparece apologia às drogas, nazismo e/ou racismo, dentre outras).

eu soh qro avisar q eu atualizei o meu fjog, tem fotu nova e gostaria muito q vc foc lah dar uma olhada e comentar”
“Oii moxaa to precisanduu fla com vc... nossa u povo confudiu todo q q nós tava flando hj... =p bjiim”
“VamU Lah ENtAuM..Vo cOMeçA a DivUlGa AkELe lIXo ENTaUm”
“oooooooooooiiiiiiieeeee......vim aki deixar u scrap q vc pidiu......rsrsrs boa semana moxim........ bjoks e t dolu moxim”

Bom, são alguns meros exemplos. O “que” é substituído por “q” numa frase. Ao invés de “não” escrevem “naum”. “Por que” e suas variações, viram “pq”.

Não tenho nada contra. Apanho um pouco, mas consigo, as vezes, entender o que está sendo dito. É interessante ver parte dessa garotada viciada em internet se lascar numa redação de vestibular.

Mas os professores estão pensando em ignorar essas barbáries, toleradas quando utilizadas de informalmente, como qualquer colóquio, permitindo a utilização em textos escolares e acadêmicos. Fatalmente atingirá o meio profissional.

Será que despertaria o interesse do nosso povo pela leitura? Ou serviria para que o grande Rui e Cora Coralina remexessem em suas respectivas covas?

Não sei. Mas digo: “eh o jeitin brasileiro a serviço de vc”.

Friday, September 22, 2006

Strike

Sancho, Negão e mim perfazíamos a trupe em uma noite douradense. Noite calma, de meio de feriado e sem muitos atrativos.

Negão e mim tínhamos vindo de Tupã, interior de São Paulo. Ainda lá, após tomarmos algumas (todas) latas em sua casa, fomos à matriz-mor da cachaçaria e volta e meia, para desobstruir a garganta da cerveja, tomávamos uma “forte na madeira”.

Naquela noite, lembro de acordar com a boca cravada no pé do criado mudo tentando sugar umidade da madeira envernizada. Pela manhã percebi porque insistia em sonhar com o continente antártico... havia um condicionador de ar de 15.000 btus apontado para meu frontispício, que aliás é bem avantajado. A essa altura Negão preparava um reforçado desjejum baseado em uma mistura de iogurte com sucrilhos... impossível não passar mal! Passei toda a viagem me contorcendo no banco do carona toda vez que me lembrava daquele iogurte amanhecido.

Mas voltemos à noite supracitada. Após parar em alguma espelunca para aplacar a sede, decidimos fazer um triangular no boliche. A idéia era boa, a execução porém... Da minha parte não podia fazer muito pois nem sóbrio eu jogo bem. Negão com sua narração tradicional conseguia alguns strikes e Sancho parecia mais que jogava milho pra bode e ainda assim conseguia se manter na briga.

Depois de algumas rodadas, restou-me um óbvio terceiro lugar. Já estava fora da disputa pelo caneco. Mas como espectador passivo pude ver melhor o show de Sancho. Primeiramente em um de seus lances a bola prendeu em seu dedo e após girar todo o braço com a mesma presa ele a crava no sovaco. Tal lance batizado de “loop” pelo autor começou a chamar a atenção dos demais comensais (e especialmente dos “bebensais”). Num outro lance Sancho sem perceber que a máquina ainda não havia recolocado os pinos atira uma bola no vazio, pra deleite da platéia cada vez maior.

Foi então que a grande jogada aconteceu. Afrouxando um pouco a mão para que não houvesse mais um “loop” Sancho, ao pegar impulso para a jogada, joga a bola para trás! Sim, isso mesmo, para trás!! Nem mesmo no jogo do Atari isso é possível! E teria espatifado o vidro do estabelecimento não fosse a ação rápida de Negão que agarrou a bola e prontamente começou a dar explicações para o platéia: “calma gente ele é assim mesmo... é assim mesmo”.

Tal lance tratava-se do RETRO-SINGER-STRIKE-BALL ensinado para Sancho por um tal Neo-Zelandês... mas talvez seja melhor o Negão contar essa história.

Thursday, September 21, 2006

meu “olo”!!!

Antigamente, há uns 15 anos, viajávamos de camionete pelo Brasil, visitando os parentes ou apenas a passeio mesmo. Tal veículo, obviamente, comportava apenas três passageiros. Contudo, graças ao “jeitinho brasileiro” e o poder organizacional (ou seria entulhamental?) de minha mãe, herança de Seu Berlin, colocávamos uma capota de fibra na camionete, estendíamos um colchão na caçamba em meio às bagagens, e partíamos. Vez ou outra a polícia nos parava, mas os policiais se corrompiam por uma merreca. Nada mais que uma cervejinha ou um cafezinho.

Numa dessas partimos de Jataí a Dourados para visitar alguns parentes. Além de meus pais, estavam eu, Negão e minhas primas, Pizza e Lyli, com 2 e 4 anos respectivamente, na época.

Tudo tranqüilo na ida. Viajem um pouco cansativa dada a distância aliada ao calor insuportável.

Na volta, optamos por sair bem cedo para aproveitar melhor o clima ameno e a preguiça dos policiais, que iniciavam seu turno por volta das 10 horas da madrugada.

Eu e negão iríamos revezar na viagem; iniciaria ele na carroceria e eu na cabine e, no meio do caminho, eu passaria para carroceria e ele ocuparia meu lugar na cabine. As meninas, na qualidade de crianças menores de 5 anos, não tinham qualquer direito, devendo realizar todo o trajeto na caçamba.

Convém salientar que, de vez em sempre, a fumaça do escapamento da camionete entrava por algumas frestas na caçamba, o que, para quem não era acostumado, provocava náuseas e/ou dores de cabeça. Nada tão fedorento quanto os salgadinhos Zambinos ou Cheetos, que costumávamos levar nessas viagens.

Pois bem, partimos de Dourados por volta das 6 da matina. Seguimos cerca de uma hora de viajem. Mas, segundo relatou Negão, Lyli suportou pouco o sacolejo da viajem e o cheiro do escapamento. Corroborando a genética que lhe conferiu nosso tio Batuta, o café da manhã retornou de forma súbita, e covardemente atingiu o rosto da Pizza sem que a coitadinha pudesse se esquivar. Ela, com apenas dois anos, pensou no pior: “Meu ‘olo’!!! Ahhhhh!!!!” O leite com pão mal digerido junto com os sucos gástricos, irritaram os olhos da pobrezinha. Era o caos. Uma garota passando mal, outra pensando que estava cega, cheiro de vômito e de escapamento.

Quando resolvi dar uma olhada no desempenho do Negão como babá vi que a mão dele estava quase destruída de tanto bater no vidro da capota. Entre o vidro da cabine e o da capota existia um espaço de cerca de 10 cm, o que nos impedia de ouvir o desespero do Negão.

Finalmente paramos em um posto para tentar limpar um pouco da bagunça. O tempo que pretendíamos economizar foi todo reinvestido no asseio parcial da caçamba. Lyli ainda não queria muito assunto, e na hora achamos melhor que ela realmente ficasse de boca fechada. Pizza deu sua versão para história de forma bastante sutil: “A Lyli me domitô!!!”. Ela ainda expressava muito bem o português, Mas o aroma não deixava dúvidas.

Para nossa sorte, hoje em dia não é mais possível esse tipo de viagem em carroceria de camionete. A polícia vem tentando ser mais rígida, porém, não menos corrupta. Existem outras estórias da camionete que deixo para outra oportunidade.

Friday, September 15, 2006

2+2=...

Todos sabemos que a vida de professor é, no mínimo, penosa. Isso para não usar de adjetivos escabrosos e, em certo sentido, mais verdadeiros. Pois certa vez eu fui um desses sofredores de escolas públicas. Dava aulas de física e reforço em matemática para o segundo grau de uma escola estadual de Florianópolis.

Pois bem, para que os alunos tivessem um incentivo a mais, de vez em quando eu colocava um problema mais trabalhoso no mural valendo dois pontos (que para qualquer aluno desesperado por nota é uma maravilha). Numa das vezes o problema era provar o teorema de Pitágoras. Em resumo, após alguns malabarismos algébricos o afortunado deveria chegar em: o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. Era isso. É um resultado bem conhecido mas quase ninguém demonstra, logo é a coisa ideal para estimular algum aluno meio cambaleante na matéria.

Duas semanas se passaram e ninguém trouxe uma solução séria. Porém, certo dia, um aluno chega a mim e diz, permitam-me a transcrição literal do que o rapaz disse (para ser melhor entendido leiam com ares de empáfia): "Professor... eu estive analisando aquela questão. Fiz ontem a noite uns cálculos matemáticos profundos em casa antes de dormir e cheguei na resposta. Pode me dar os pontos." Perfeito, era um cara que nem ia bem na matéria, e isso além de dar pontos poderia despertar um maior interesse. Mas então caí na besteira de perguntar como ele fez, e: "Eu fiz por métodos matemáticos." (não diga) "A resposta é" (tcham-tcham-tcham-tcham)"4." Acreditem ou não o cara achou 4. Quatro? Como quatro? Que quatro? Quatro da onde? Era para achar, lembre-se, o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. E ele me acha 4!!!! Deus meu! Que espécie de ser humano acha um número num problema em que se deve achar uma sentença? Jamais um problema desses dá um número como resposta! Meu desespero foi tamanho que minha vontade era tirar dois pontos do cara. Que maldição.

Depois disso nunca mais coloquei desafios no mural e um mês depois uma bolsa me salvou da necessidade de dar aulas. Uma lição porém ficou; do jeito que anda o ensino público o mínimo já é um desafio.

Thursday, September 14, 2006

...morremos de rir do horário eleitoral...

É uma festa. Custei acreditar no que vi. Vários comediantes até então imersos na lama em que se meteram, levando um bom naco de nossas contribuições, ressurgem pleiteando uma boquinha.
Chico Rossi foi o primeiro. Me surpreendi com o ex-futuro político de São Paulo que, com a eleição ganha, faltou ao último debate, arruinando sua carreira política. Além de candidato a deputado, pedia votos para o Quercia (!).
Fernanda Karina... quem não se lembra? Ela dedurou o esquema do Valerioduto e, após insultar a revista playboy com uma proposta opulenta para posar nua, agora posa de heroína que desmascara falcatrua. Ah, Fernandinha... com certeza o congresso será mais feliz contigo... bem longe dele, eu espero.
Estava indo bem... até que surgiu um nome... ou melhor, um sobrenome... não pode ser!!! Sim é ele!!! Paulo Maluf. Infelizmente ele não falou... apenas uma narração o mostrava juntamente com algumas obras. Dispensa comentários. É, por si só, uma piada.
Até a mulher do sanduixe-ixe-ixe é candidata.
É bom rir agora. Amanhã eles estarão torrando nosso $$$...

Tuesday, September 12, 2006

Impeachment?

Noticiado ontem na folha de São Paulo, o PSDB no seu casto pedestal publicou em seu site uma nota intimando os leitores a considerarem o impeachment do presidente, por uma certa denúncia da VEJA. Antes de mais nada, lembremo-nos um pouco da história.

Quando quebrado o sigilo bancário da Marcos Valério de 2000 até 2002 ficou claro que o valérioduto surgiu para fomentar o PSDB de Minas. Curioso não, e por incrível que pareça não saiu na VEJA. Era de se esperar.

Ainda no governo FHC, a polícia federal (PF) foi impedida de analisar o caso "pasta rosa" na Bahia pois o cacique ACM ameaçou prender o delegado da investigação. E o governo, nada fez. Porém, quando a então candidata Roseana Sarney estava em clara ascensão nas pesquisas a PF invadiu a Lunus (empresa da referida) e disse ter achado boa quantia de dinheiro frio. Aliás disse por fax, direto da empresa pro gabinete do presidente FHC. É bom lembrar que Roseana foi inocentada depois da eleição, da qual não pode participar.

Provado também foi que o PT não foi o inventor do Mensalão, nem o PSDB. Este porém exacerbou a prática muito antes daquele entrar na roda. A VEJA também nada falou sobre isso.

Bom, fora toda a política neo-liberal que entrega o país a favor de poucos (muito poucos), temos na cartilha do PSDB também: a PF agindo como milícia governamental e corrupção a torto e a direito. Fora a coligação com o PFL que a essa altura nem é preciso mais (espero) falar.

Novamente, não sou a favor do PT ou do LULA ou do raio que o parta. Mas sou muito menos a favor da ignorância. Impeachment? Claro que sim, da candidatura de algum político da legenda PSDB-PFL.