Thursday, February 21, 2008

KK

Coitado do Kaká. Ele afirmou ontem que está "cansado de ser saco de pancadas". Poxa vida. Que judiação. Ele estava se referindo ao número de faltas que recebe em jogos e não à recente crescente de achincalhamentos que tem recebido. Ele simplesmente não se refere a essa última vertente de sarrafos porquê não lê o suficiente pra isso. E, provavelmente, seus acessores também não.

Toda vez que eu vejo um jogo do KK, quando ele perde a bola no ataque (o que acontece muito, MUITO) ele senta a bota no adversário. Segura, empurra, desce o pé mesmo. E agora, está cansado de apanhar. Coitado.

Como humilde sugestão, acho que ele deveria abandonar o futebol. Para o próprio bem, e do futebol. Vai fazer qualquer outra coisa, ser pastor, fazer um curso de contabilidade pra poder responder ao ministério público, sei lá. Na terra brasilis, pra se dar bem na vida, basta se cantar um simples "Vai tomar no c...", repetir a palavra "creu" 75 vezes em dois minutos, gagejar "www" ou repetir a última sílaba de "sanduíche" para ser famoso. Certamente ele vai achar um outro jeito fácil de ser tão ridículo quanto o jogador que é.

Nunca vi nenhum jogador reclamar dessa maneira. Isso só pode resultar em uma coisa: ele vai apanhar ainda mais. Pensando bem agora será mais emocionante vê-lo em campo.

Tuesday, February 19, 2008

dotô Fritz

Já reparou que aqueles camaradas que dizem incorporar algum espírito por transe mediúnico, sempre incorporam algum medicou ou cientista famoso? Ou melhor, sempre alguém do “bem”.

Curiosamente o cidadão, até então um cidadão comum, subitamente se transforma do Dr. Fulano de Tal (só o Dr. Fritz acho que são uns 20). Jamais incorporou o espírito do assessor do Dr. Fritz (que, pela época, deveria se chamar Igor).

Não que eu duvide do dom desses sujeitos, nada disso. Mas seria interessante ver algum deles incorporar o espírito de Franz Liszt e executar a Rapsódia Húngara nº 2. Ou qualquer sinfonia de Beethoven, cuja redução para piano foi feita pelo próprio Liszt. Talvez algo menos virtuoso, como o espírito de Chopin executando uma fantasia.

Imagino também que seria muito mais oportuno incorporar o espírito do intocável Eliot Ness do que o do chefão Al Capone.

Outro que ta lascado é o piloto do Enola Gay. Esse nunca vai ser incorporado por médium algum, e seu espírito deve vagar pelas profundezas das trevas, junto com o de Hitler e Mussolini. Aqui eu abro um aspas. O Füher não era tão mau assim. Graças a ele temos o VW fusca e a raça Dobermann. Acredito que foi ele quem fundou o banco Itaú, mas isso não tem comprovação ainda. Itamar, em sua breve passagem pelo planalto, trouxe o fusca de volta. A vaga do espírito do Itamar já ta reservada e, injustamente, ninguém vai querer incorporar.

Devemos ser imensamente gratos aos médiuns por incorporar apenas gente boa. Gente fina. Nada de Sadan, Lenin ou Stalin. Nem Ulisses ou Getúlio. O goleiro Barbosa também não. JFK? Neca. Mauro Bento (ex-prefeito jataiense) de forma alguma. Nem Paulo Francis nem qualquer outro elemento nocivo.

Como disse, embora escusos os critérios de incorporação, devemos ser gratos aos médiuns por se fazerem passar, digo, por receberem em seus corpos apenas heróis.

Thursday, February 14, 2008

Engenheiros do Hawaii

Como todos sabemos, Engenheiros do Hawaii foi uma banda razoável que existiu anos atrás e que agora limita-se a fazer cover das antigas músicas de sucesso. Eu gostava da antiga banda. Mas, de fato, ela não ajudava muito. Na formação de maior sucesso a banda era composta por três pessoas (eu ia colocar “músicos”, mas por sorte pensei melhor a tempo). Uma delas era Augusto Links, um pateta que tinha como único truque fazer o mesmo solo de guitarra em várias músicas diferentes (é aquele característico em que ele põe ambas as mãos no braço da guitarra e parece sofrer um ataque epilético). Fora essa manobra o cara era nulo, estava no mesmo nível de qualquer guitarrista de qualquer formação da Blitz.

Tinha também Carlos Maltz. Um baterista limitado que nos fazia sempre pensar se bateria era realmente um instrumento musical. Maltz era tão ruim, mas tão ruim que o disco “Filmes de Guerra etc, etc ” sem dúvida é o melhor, pois é acústico mesmo! Sem bateria! Ainda assim o disco só não ficou melhor porque volta e meia lá estava o senhor Maltz com algum instrumento tosco de percussão na mão. Sem sombra de dúvida ele poderia ser substituído pela bateria do teclado, com a vantagem de ficar bem melhor.

O outro integrante, Humberto Gessinger, demorou um pouco para perceber que estava cercado por dois energúmenos e assim que a ficha caiu tratou de fazer um rebuliço e partiu pra carreira solo. E é aí que a coisa ficou pior. Fora o período estéril do Gessinger trio que eu não vou nem levar em conta, a formação dos Engenheiros do Hawaii lembra bastante as novelas toscas e violentas da rede Record: muda de elenco de semana em semana. A banda está em franca decadência há muito tempo. Computando tudo, músicas como “O Papa é Pop”, “Infinita Highway”, “Refrão de um Bolero” e “Pra Ser Sincero” devem ter, cada uma, umas cinco versões diferentes. Isso com certeza não é sobra de inspiração. É falta mesmo! Humberto é quem encabeça as composições da banda, isto é, quando se compõe alguma coisa nova. Algumas músicas antigas são boas, realmente boas, mas essas, não resisto aos trocadilhos, variações em torno de um mesmo tema, pra ser sincero, já encheram. E o que há de novo, quando há, é péssimo.

A atual fase de Humberto e seus miquinhos amestrados se encaixa muito bem numa definição, dada por ele mesmo, do vocalista-baixista-sanfonero-tecladista-guitarrista-gaitero-déspota esclarecido (nesse último quesito ele tem maior desenvoltura) Humberto Gessinger: péssimo vocalista, médio compositor e baixista ruim. E olhe lá.

Em tempo: Nesses dias de férias, vi um show dos Engenheiros num canal underground. Humberto aparecia com sua já habitual voz débil e um dente de prata. Realmente, o pop não poupa ninguém.

Tuesday, February 12, 2008

eu fico triste quando chega o carnaval

Pra começar, quem deveria ficar triste é o Luiz Melodia, quando o titã Sergio Britto pronunciou os versos: “carnaval, carnaval, carnaval... eu fico triste quando chega o carnaval” no Acústico MTV. Não que os Tantãs não sejam dignos do aludido artista. É que não tem nada a ver mesmo. Seria algo como a Kelly Key cantando uma música (?) do João Bosco, por exemplo.

No carnaval sem graça do Rio, com aquelas escolas de samba que todo o ano repetem a mesma coisa, uma “modelo” prejudicou sua escola por conta de um tapa-sexo de 3,5 cm. Para facilitar a vida dos leitores desse blosg, seria algo comparável a uma fatia de salaminho. A meta da modelo no próximo carnaval é desfilar com um do tamanho de uma tampinha de garrafa de cerva. No outro, talvez proporcional a um caroço de azeitona; sei lá onde a mina pretende chegar.

Na Bahia, mal acabou o carnaval, já ta começando o carnaval fora de época. Lá é assim: a virada do ano já emenda com o grito de carnaval. Passado o carnaval (com o banho na escadaria do Senhor do Bonfim), começa outra folia. Esse ano a Ivete Sangalo tava com uma fantasia de mestre-sala. Meio nada a ver mesmo.

Lembro-me de um porteiro do Wladomiro do Amaral, quando tomávamos tereré num dos bancos do condomínio, dizendo que não gostava de carnaval. Segundo o porteiro, “carnaval” seria algo como “o aval da carne”, ou, segundo o mesmo, momento em que ocorrem pecados carnais. Estranho como a fantasia da Ivete Sangalo ou como os Titãs cantando Luiz Melodia. O Aurélio virtual trás a seguinte acepção:

1.No mundo cristão medieval, período de festas profanas que se iniciava, geralmente, no dia de Reis (Epifania) e se estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais. [Consistia em festejos populares e em manifestações sincréticas oriundas de ritos e costumes pagãos, como as festas dionisíacas, as saturnais, as lupercais, e se caracterizava pela alegria desabrida, pela eliminação da repressão e da censura, pela liberdade de atitudes críticas e eróticas.]

Mundo medieval? Festas profanas? Atitudes críticas e eróticas??? Ah ta. Depois ainda criticaram o baixista do “Queen Of The Stone Age” que entrou nu no palco do último Rock’n’Rio, por achar, com razão, que aqui é sempre clima de carnaval. E a teoria do “aval da carne”, debochada na época, até que não tá tão má assim.