Monday, January 28, 2008

Sinistrismo

No Kardecismo acredita-se que podemos voltar, em outra vida, como qualquer outro animal. Isso acontece em outras raligiões também. Eu, que não acredito em nada, quero inventar uma seita. Um conceito. Na melhor das hipóteses uma nova religião, pois assim eu corro o risco de ficar rico ainda nessa vida. Não pensei bem ainda que tipo de fuzarca conceitual eu vou criar mas um tópico é imprescindível, uma condição sine qua non: o morto, pode voltar também como objeto inanimado!

Minha seita, só com isso, já ganhou de lavada de qualquer outra. Hoje em dia, dá-se mais valor a qualquer coisa inanimada do que ao vizinho. Alguns vizinhos até merecem. Mas, para minha próxima vida também não quero voltar numa geladeira, numa televisão (já pensou ter que ficar trabalhando para mostrar o Big Brother) ou qualquer outro utilitário. Quero nascer um quadro! Do Picasso ou do Portinari.

Quando o porteiro do prédio onde moro, o seu Jair, foi assaltado ele foi até a delegacia, prestou queixa, fez boletim de ocorrência e pronto. Mais nada. Além de perder a grana, perdeu tempo indo até a delegacia e um dia de trabalho descontado. Quando os quadros foram roubados do MASP nunca se viu uma ação tão rápida. A polícia recuperou prontamente os quadros e um batalhão de policiais escoltou os famigerados quadros de volta ao Olimpo.

Não quero julgar aqueles quadros horrorosos (não resisto). Eles devem ter lá seu valor enquanto obra de arte, devem estar classificados em um conceito pedante que cria um monte de arabescos e definições cheias de apêndices pra falar de um... quadro. O que não dá pra engolir é essa inversão de valores: os quadros dos "mestres" valem mais que o seu Jair. A vida do seu Jair e seus parcos pertences estão num nível abaixo dos quadros. Como assim? O seu Jair é um bom porteiro e ainda que não fosse ele possui um encéfalo desenvolvido e um polegar opositor que o qualificam como um ser humano. Os quadros não tem nada disso, não são humanos, não conseguem abrir um portão, não dão um recado, mas valem milhões de dólares.

Logo, a minha doutrina é de longe a melhor possível. Quero voltar um quadro. Um quadro feio, velho, mas pomposo. Não quero voltar como um seu Jair. De cara, inventei algo melhor do que Kardec.

Tuesday, January 22, 2008

Mais um ano a menos

Sempre há tempo para uma retratação. Como bem comentado por nosso intrépido paladino blogueiro Sancho, o fim de ano foi realmente proveitoso. Tenho a declarar que as antigas lamúrias concernentes a cerva quente e petisco embolorado, feitas aqui nesse espaço midiático, surtiram efeito, com efeito. E que efeito. O petisco estava muito bom e a cerva muito gelada. Se bem que só posso falar com certeza das primeiras, depois o que viesse estava bom.

Entretanto sou obrigado a fazer um aparte com relação aos petiscos. Na noite em que foi combinada a ingestão dos mesmos, acabei auxiliando na preparação. Com um histórico tão famoso e desfavorável, era melhor prevenir.

Mais dois apontamentos: primeiramente tenho que confirmar minha derrota. Sucumbi à voraz sede goiana e acabei dormindo os típicos "dez minutos" que todo bêbado pensa que pode escapar sem ser notado. Fui acordado com o cutucão de um graveto na costela e com frases entrecortadas do tipo "meu Deeeeus" (Ane), "será que tá vivo?" (Ane), "qual o telefone do hospital?" (Peter Pan), "IRRUUU derrubei o segundo" (Sancho) e por fim "ai dele se tiver vomitado no sofá" (Ana). Por último, devo confessar meu pasmo ante a notícia de que o larápio dos quadros estranhos passou a virada em Jataí... aliás, o cozinheiro da festa parecia bastante com o dito, não?

Ano que vem o Epocler, café da manhã típico de um farrista, continua por minha conta. E vou reforçar com um sal de frutas também. Sei lá... é possível que os petiscos não estejam mais tão bons.

Tuesday, January 15, 2008

goiás na mídia

Este pujante estado raramente é lembrado pelos grandes (e nem por isso mais importantes) veículos de informação, uma vez que os mesmos se limitam a expor o que ocorre no eixo rio-sampaulo.

Vasculhando pela internet, encontrei algumas características interessantes dessa unidade da federação, berço da idéia da construção de Brasília por JK. Apesar de tal trágico acontecimento, por coincidência, ter ocorrido aqui mesmo em Jataí, não posso me omitir quanto às recentes remissões a Goiás.

Além da tragédia do anúncio da mais inútil obra já concebida pela mão-de-obra brasileira, Goiás, recentemente, tem sofrido com os casos de frebre-amarela. A morte de macacos e as suspeitas que recaem sobre os recentes óbitos de pessoas que visitaram este estado desde o final de 2007 culminaram numa suspeita de epidemia por parte das autoridades.

Postos de saúde lotados, crise na economia de cidades que exploram o turismo ecológico. Pessoas ignorantes que tomam uma vacina por dia, funcionários ainda mais ignorantes e despreparados nas unidades de vacinação. No domingo ainda aparece o Dr. Drauzio Varella, com sua luminosa placa na testa, dizendo que não há por que se preocupar. Mas no fim da reportagem conta como quase morreu por não estar com a vacina atualizada.

Não bastasse tal notoriedade dispensável, novamente Jataí é colocada em evidência. Recentemente subtraíram do MASP duas obras de arte, avaliadas juntas em cerca de R$ 100 milhões. São duas pinturas feias e valiosas, como tem de ser, furtadas por 3 patetas, ao passo que dois deles já estão reclusos.

O problema é o 3º bandido desastrado. A bem preparada polícia de SP afirmou categoricamente que os três ladrões desconheciam de pintura, e que eram amadores. Ladrões de carro. Ou de frango. Em SP a expressão “ladrão de carro” equivale à antiga expressão “ladrão de frango”, já que é comum o furto de veículos por lá. Um por minuto é a média.

Enfim, o 3º delinqüente trapalhão é daqui de Jataí. Um gordinho com cara de malandro, metido a cozinheiro e que, segundo boatos, estaria na Espanha. Deve ser na “Rua Espanha” do bairro Jacutinga. O elemento, que responde pela alcunha de “Moisés” esteve por aqui entre o natal e ano novo. Após um depoimento suspeito, digo, o depoimento de um amigo do suspeito, a polícia, tanto de Goiás quanto de SP, concluíram que o digo gordinho é um “expert” e tem tudo pra ser o intermediário entre os bandidos e o chefão mandante, possível colecionador.

Como se pode ver, nosso monótono estado de Goiás às vezes tem seus minutos de fama. Nem que o preço pra isso seja estragar uma festa. Jataí, por sua vez, que já era (des)conhecida pelas idéias criminosas de JK, agora é conhecida pelo Criminoso do MASP.

Como disse, que venha 2008. É bom começar assim na mídia. Contra febre amarela já me vacinei. O resto é contar com a bem preparada polícia Goiana.

recesso

Após um discreto período sem bostagens, volto a lançar alguma inutilidade nesse blosg abandonado.

Na realidade, vou aproveitar para agradecer publicamente a presença de nosso editor-chefe aqui nesta humilde cidade de Jataí/GO. Aproveitamos para beber um pouco, traçar os propósitos deste veículo de informação para 2008, beber mais um pouco, descansar, beber algo, repousar, matar a sede, conhecer os pontos turísticos daqui, tirar o pó da garganta e, por fim, tomar alguma bebida (em quantias elevadas, claro), porque ninguém é de ferro.

Nosso editor-chefe quase sempre se propunha a pagar o Epocler ® após as bebedeiras. O que eu desconhecia é que ele sempre carrega consigo uma bolsa contendo os mais variados produtos pré e pós-ressaca. Coisas que só um fígado calejado pode explicar.

No tocante aos petiscos, outro assunto recorrente, espero ter apagado a imagem ruim deixada pelo amendoim torrado de cor esverdeada ou pelo queijo de aparência (odor e/ou sabor) duvidosa. Por fim, a cerveja sempre gelada, pelo que se percebeu, estava ao gosto, a ponto de derrubar nosso editor-chefe nos 44 minutos do segundo tempo no domingo. À essa altura, nosso colaborador Negão já havia enfraquecido faz tempo.

Que venha 2008. Estaremos aqui preparados para mais uma virada de ano. É sempre bom poder contar com quem nos socorra no dia seguinte. Nesse interregno, contaremos apenas com esporádicas reuniões. Mas, nada tão sutil.