Monday, July 28, 2008

Telefone sem fio (da meada)

De acordo com algum colunista do Estadão o nome da operação da PF "Satiagraha" significa "caminho da verdade". Em breve essa operação vai dar com os burros n' água. Mas por enquanto ela nos garante algumas pérolas. O difícil é entender.
Um taxista em São Paulo manda a primeira: "Oce tá acompanhando essa operação aí, a sua-tia-agarra?" Que tia?? Agarra quem?? Alguma tia solteirona por certo. Sei lá. Nenhuma tia minha pega ninguém. Que história é essa?
Já o porteiro do meu prédio, o seu Jair, vai além: "Isso é uma vergonha o que tão vendo nessa só-tinha-garra né?". Só tinha garra. SÓ TINHA GARRA! O que só tinha garra?? Uma vez eu ganhei de presente uns brinquedos dos Tunder-Cats e vinha a espada e tinha a garra. É isso?? É um desses conjuntos que vieram com defeito?? É o time do Grêmio do ano passado?? Que não tinha ninguém, só tinha garra?
No restaurante, na fila pra se servir teve outra: "Agora, esse pessoal da polícia federal não é mole não. Olha só a se-atira-e-agarra." Se atira aonde santo cristo?? E agarra o que?? Quem?? Pelamordedeus, assim não dá!
Por fim, no Banco, pensei já existir uma nova marca de cloreto de sódio iodado no mercado: "... é mesmo uma vergonha. Já viu a sal-tia-garra?" Sem comentários.
Como vemos, a famosa operação da PF já tá virando piada. O caminho da verdade já se perdeu nesse telefone sem fio. Quem dera esse caminho só se perdesse no falatório popular...

Wednesday, July 23, 2008

Mas pra que vocês usam eles???

O ser humano é multifacetado. Esquisito. Esquivo e tudo o mais que todo mundo sabe. Some a isso um grau generoso de arrogância e prepotência e pronto, você tem um físico teórico. Os congressos de física teórica são muito engraçados. Algumas palestras parecem ser feitas pra que ninguém entenda realmente o que se está discutindo. E certamente atingem seu propósito. A platéia, entretanto, aparenta ser uma demonstração de exuberância cerebral. Ao final de todas as palestras, o protocolo exige que se bata palma. Muitas vezes faço isso por puro alívio, dando graças pelo fim daquele suplício. Outras são bem dadas, bem justificadas e elaboradas. Mas essas certamente são a grande minoria.

Mas o interessante são as conversas depois das palestras. Num grupo, alguém se "empavoa" e começa uma preleção desastrosa sobre o assunto da palestra. E todo mundo concorda cervilmente. Noutro, as pessoas estão preocupadas demais falando de si mesmas, do quanto são geniais, e não discutem nenhuma física efetivamente. Ainda em outro, as pessoas estão rindo às custas de algum outro físico que julgam ser ruim. E por aí vai. Vê-se, portanto, o quanto se é difícil ter uma conversa agradável nesses ambientes.

Por outro lado, quando isso acontece, pode ser interessante. Fiz um amigo chinês, o Chen. Ele me chama de "Diúrio" e insiste que eu sou russo. Ele fala engraçado, com sotaque forte e constrói frases como: "Desde quando você apareceu no mundo?" (ao invés de quantos anos você tem?), "poderia lhe apresentar as pessoas que me acompanham em caminhadas?" (ao invés de posso lhe apresentar meus amigos?) e por aí vai. Hoje no almoço, depois de convencê-lo que eu sou brasileiro, perguntei pra ele se na China eles realmente comiam cachorros. "Sim, disse ele, é claro! Isso é muito comum e vem de muitos anos atrás. Na verdade comemos muitos animais por lá, cachorros, cobras, muitos animais mesmo. Basta que não tenham veneno. E vocês no Brasil, também comem cachorros?" O interessante foi a reação dele quando disse que não: "Não! Mas pra que vocês usam eles???" Foi difícil explicar que usavamos para diversão, como uma criação de estimação, chegando algumas vezes a ser considerado um membro da família. Ele me olhava friamente. Depois disse que na verdade considerávamos eles ' os melhores amigos dos homens'. Ele parou um pouco, pensou, e concluiu com uma alegria típica de quem encontra uma solução: "Mas o que vocês fazem com eles quando eles morrem???" Nem tentei explicar. Depois de rir uns cinco minutos entendi algo importante. Diversidade só é demais quando não é tolerada ou compreendida... ou saboreada.

Thursday, July 17, 2008

mate seu amigo antes que ele se torne um inimigo

Amizade, segundo meu Aurélio virtual pirata, é um “Sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou por atração sexual”.

Nosso simpático “pai-dos-burros” virtual impõe a fidelidade como pressuposto essencial da amizade atrelada às outras características ali expostas.

Mas que tal olhar ao nosso redor? Observarmos bem os amigos. Ou melhor os “amigos”, entre aspas.

Amigo é melhor que parente, segundo a crença popular, pelo fato de que o primeiro você pode escolher, enquanto que o segundo “é Deus que manda”. Contudo, o fato de aturar um parente é recíproco, pois você atura seu parente enquanto que ele também te atura.

No fim, respondendo a pergunta alhures, percebemos que boa parte dos “amigos”, senão todos, estão em nosso círculo de convivência por algum interesse, se lixando pro seu bem-estar ou pros seus sentimentos. Querem dinheiro, indicação para algum emprego, facilitação em algum negócio, aval em algum contrato e até seu próprio cônjuge (incluindo namorado(a), amasiado(a), etc.), dentre outras coisas.

Como a sinceridade plena é virtude(?) exclusiva dos autistas, segundo pesquisa realizada, em várias situações nos vemos obrigados a aturar os amigos amorfos, que defino como sendo aqueles sem caráter definido. Estão ali, se colocando como muito amigo, mas que a qualquer momento pode nos contemplar com uma bela rasteira baiana.

O Aurélio ainda utiliza a expressão “... (pessoas que) não são ligadas... por atração sexual”. Pode Existir então amizade entre uma mulher e seu ex-namorado? Um homem e sua ex-amante (se é que existe “ex-amante”)? Enfim, existe amizade entre homem e mulher??? E o principal: como ter certeza da reciprocidade de uma amizade?

Enfim, “amigo” leitor deste blosg. Essa bostagem é pra se refletir. Não vejo mal algum em se conviver com outras pessoas. Mas imputar a outrem a condição de amigo, desses que você convive e compartilha sua vida é complexo. E se tal amigo te trair, acaba por lhe colocar numa situação deplorável, pois sabe muito de sua vida e fomenta inimigos e demais interessados com suas intimidades.

Para prevenir isso, seja rápido: mate seu amigo antes que ele se torne um inimigo!

Friday, July 11, 2008

Demolidor Dantas

A PF anda botando, pelo menos por enquanto, alguns graúdos de orelha em pé. Vale a pena ler a antologia que o Paulo Henrique Amorim vem escrevendo sobre o banqueiro Daniel Dantas no Conversa Afiada (www.paulohenriqueamorim.com.br) há pelo menos dois anos. Interessante também a guerra que ele trava com o PIG (Partido da Imprensa Golpista), o Serra e o José Dirceu.
O blog do Azenha (www.viomundo.com.br) também parece atuar bem como antídoto à mesmice dos telejornais. Pra quem lê o Canhoto e Sinistro, qualquer coisa é lucro hehe.

Thursday, July 03, 2008

Ao porvir

O blog anda meio parado. A essas alturas a densidade de visitação desta página já deve estar na margem de uma a um. Uma visita a cada um mês. Tudo isso tem um porquê. Da parte desse que vos bloga, uma peleja final de qualificação, onde uma banca formada pro três renomados professores fica com a boa parte do encargo de uma sabatina, literalmente tirou-me do ar e de órbita. Por fim, sobrevivi. Prova viva cá está.
Entretanto não é o meu dissabor recente o motivo mais nobre e mais interessante de afastamento deste veículo de despropósitos. Aliás meu supracitado motivo sequer é comparável ao de nosso paladino Sancho. Convém lembrar que disparates não faltaram nessas tantas semanas de silêncio por parte de nossa equipe: Ron@ldos decadentes, volta de CPMFs, mulheres jaca, apresentações deprimentes da seleção, Obamas, Isabellas, enfim... pautas mais do que recheadas para bostagens. E certamente nada disso passou desapercebido pelos olhos clínicos de nossos jornalistas. Na mesma medida, nada disso foi capaz de fazer eclodir a voz de nosso editor.
Mas o motivo é nobre. Fontes de mais alta integridade revelaram hoje notícia que serve de motivo e muito mais do que isso, inspira felicitações. Assim, então, deixo aqui publicamente meus parabéns, congratulações, felicidades, júbilos e tantos outros substantivos que possam expressar minha alegria.
Afinal, não é sempre que um novo ou uma nova gremista desponta na família!