Wednesday, January 31, 2007

ultimas

Estive aproveitando um tempinho para me atualizar valendo-me dos noticiários virtuais. Iniciei pela página que considero de credibilidade singular em meio a tantas baboseiras na Internet: O www.canhotoesinistro.blogspot.com. Como represento 50% do editorial e não bosto já há algum tempo, pude, com extrema satisfação, me atualizar sobre o que ocorre na maior cidade do país, já que nosso editor-chefe está lá na condição de enviado especial.
Pelas últimas informações, constatamos que São Paulo está mobilizada em torno do grande funil que se formou em meio aos arranha céus. Quando não tinha cratera, a televisão se limitava a mostrar as marginais transbordadas em dia de chuva. Muitos dias de busca para localizar os corpos das vítimas soterrados, dentre os quais, o de um traficante. Não se descarta a possibilidade que a cratera, na realidade, era uma armadilha da polícia para prender o tal traficante. Caso afirmativo, seria uma das poucas vezes em que a polícia teve sucesso.
Fui buscar mais informações em outros websites. Alguns comentavam algo, outros mostravam fotos atualizadas de minuto em minuto. Percebi que o problema não se restringe à “cratera de São Paulo”. No interior de Minas, a tal zona de convergência do atlântico sul tem matado muita gente, deixando outras desabrigadas. Campo Grande, temendo ficar sem uma beira no Jornal Nacional, inaugurou sua própria cratera, no anel viário que liga o Estado ao centro-sul do país.. Enchentes no interior de Goiás. E no Rio, mais um turista assaltado na linha vermelha (novidade!). Lá a chuva não interfere. Bandido faz bandidagem de noite ou de dia, faça chuva ou faça sol.
Parte da imprensa, é verdade, está se lascando para o fosso do Serra. Nosso editor-chefe relatou bem isso, inclusive rogando uma praga contra a editora Abril. Alguns veículos deram mais atenção a SPFW (São Paulo Féxion Uiqui). Outros, em relação a São Paulo, apenas lamentam a saída do meia Mineiro.
Esperamos mais notícias de nosso enviado. Tenho a certeza, porém, de que ele vai preferir enviá-las de longe de lá.

Tuesday, January 23, 2007

É buraco pra cachorro!

Mais buraco, mais cratera. Andei bastante por sampa esses dias. Rodei boa parte da metrôpole em busca de um lugar minimamente aceitável para ser denominado de apartamento. Por todos os lados, a conversa invariavelmente variava sobre o tema "cratera". Desde o cobrador de ônibus ao zelador, e passando por tecnocratas da av. paulista tudo o que se ouve é sobre o bendito buraco e as infelizes vidas que ali jazem.

A mídia porém parece não refletir isso. Tirando um ou outro jornal sençacionalista, poucas revistas dão como reportagem de capa o andamento e a história do ocorrido (entre elas adivinhem qual...). Em meio a isso a VEJA sai com uma capa sobre cães e seus donos e a felicidade mútua que podem obter e mais um monte de asneira que não é novidade pra ninguém.

É de se pensar porquê. É também de se conjecturar. É fato mais que comprovado que a VEJA é completamente parcial, embora sob um manto (deveras transparente) de acobertamento. O que eu queria saber é qual o instrumento de barganha entre a revista e a direita. Ou melhor, o instrumento eu sei, é o dinheiro. Mas queria saber mais. Qual a quantia acertada? Como se procede o pagamento? Quais são as possibilidades de extensão do negócio? Seria interessante saber coisas assim. Isso tornaría explícito a igualdade entre opinião e negócios da revista.

Não há problema algum em vertentes idiossincráticas do jornalismo, desde que sejam abertas, assumidas e, principalmente, embasadas em argumentos sérios e não tendenciosos. Nada disso é encontrado em tal periódico.

Pra mim, a VEJA poderia seguir o exemplo de parte da construção do metrô pinheiros e ir pro buraco. Bom, a editora abril é pertinho pertinho...

Wednesday, January 17, 2007

Salve Sampa

De volta a Sampa, já cheguei com atraso. Não pude ir à inauguração da cratera na marginal pinheiros. A festa foi tão boa que os que foram ainda não voltaram. O ocorrido é bastante interessante e alguns pontos merecem nossa atenção.

Primeiro foi o atestado de incompetência assinado e declarado do ex-prefeito, atual governador, José Serra. Segundo o mesmo, tal obra, um grão de areia de um mar de promesas de campanha, foi "igual a todas as outras do metrô". Atesto que exatamente por isso deu errado! Afinal nenhuma outra foi feita a tal proximidade de um rio. Se fosse feito de maneira diversa às outras provavelmente não teria caído. Agora ele é governador. Mal posso esperar por inaugurações semelhantes em todo o estado. Lembro-me que na campanha para a prefeitura o então candidato disse solenemente que sua candidatura não era trampolim eleitoral e que, caso fosse candidato ao governo, não queria nenhum voto. Memória curta, sofrimento longo.

Um dos representantes das cinco empreiteiras que realizavam a obra também se esmerou na explicação. Segundo ele "todo mundo sabia que aquela era uma área de risco quatro". Como assim todo mundo? Havia alguma placa explicando? E que raios quer dizer risco quatro? Qual é a escala? Pelo jeito a festa já estava sendo esperada, só faltou ampla divulgação, ou alguma divulgação.

Resta-nos paciência. Vejamos se haverá investigação contundente e idônea em mais um desastre da administração da cidade. A julgar pelos eternos desmandos da turma neoliberal e sua insuperável capacidade corporativista de acobertamento, a benefício próprio, já temos nosso resultado: haja paciência.

Thursday, January 04, 2007

fim de férias

Depois de deixar o editor-chefe um bom tempo na fria, decidi voltar a bostar.
Primeiramente, e com bom atraso, é impossível deixar de falar no aumento do salário do legislativo. A decisão de praticamente dobrar os próprios salários foi tão absurda que alguns poucos, porém sinceros, manifestantes realizaram manifestos em Brasilha (ilha mesmo). Um velhote indignado se acorrentou a um pilar (!) em sinal de protesto, enquanto algumas senhoras distribuíam garrafinhas que simbolizavam óleo de peroba. E só. Já se foi o tempo dos grandes manifestantes barulhentos. Talvez eles estejam do outro lado agora. Pelo menos o absurdo do aumento não foi consumado.
Mas, como estou de férias, vou falar um pouco de Jataí/GO, onde moram as famílias minha e de minha esposa.
Jataí, com seus cento e poucos anos, tem evoluído nos ramos comercial, industrial, prestação de serviços, imobiliário e principalmente no agronegócio. Evoluiu bastante na parte estética, porém negativamente. Não imaginava que Jataí pudesse ficar ainda mais feia. Desde que cheguei aqui, meu carro não para de quebrar. Nas ruas, é possível ver uma mísera faixa de asfalto entre tantos buracos. As fachadas horríveis sem nenhum atrativo. O centro é um caos. Motoristas mal-educados.
Desde o início do milênio, Jataí é promessa no âmbito turístico, graças à descoberta de águas termais. Hoje, em 2007, continua como promessa. Ontem, porém, pude presenciar um belo espetáculo hídrico, quando caiu o maior toró e pude presenciar verdadeiras cataratas rolando pelas ruas íngremes desta cidade. Os bueiros entupidos jorravam mais lama e por pouco não tive meu veículo arrastado pelas águas.
Outro dia, tomando um lanche, Negão me mostrou o vice-prefeito. Um sujeito com cara de arrogante. Quem visita a cidade imagina que aqui não tenha prefeito, que dirá vice. O Senador Almeida Luna tem toda razão quando propôs acabar com os cargos de vice para prefeitura, governo estadual e presidência da república.
Isso aqui merece mais. Tem gente bonita, competente, inovadora, criativa. Existem pessoas sérias. Mas é preciso que se mantivesse o mínimo de aparência. Se nem isso é possível, que se mantenham as ruas transitáveis.
Mas é ano novo, vida nova. Espero que o jataiense seja consciente nas próximas eleições. Serão necessários muitos anos para que se apague o péssimo desempenho do Sr. Fernando no comando do Executivo por aqui.