Wednesday, June 16, 2010

copa

Meu conhecimento futebolístico é limitado. Minha habilidade como jogador, outrossim, é pífia. Contudo, observando os comentários que ouvi até então dos “especialistas” e levando em consideração que tenho o poder de bostar o que quiser nesse blog sem correr o risco de ser censurado pelo nosso Editor-Kim-Jong-II-chefe, vou fazer um breve resumo dos jogos da 1ª rodada. Alguns eu não vi, mas mesmo assim vou dar meu pitaco.

1º Jogo – África do Sul x México – abafando com guacamole – Jogo ruim. Aliás, essa frase deve começar vários comentários. Jogo truncado. O time do Parreira tava segurando bem o 0 x 0, quando um de seus comandados rompeu a tese de que “gol é só um detalhe” acertando uma patada no trinco. O empate do México saiu num gol onde o beque Rafa Marques sobrou livre na pequena área adversária. Frustração dos anfitriões. Frustração mexicana. Frustração do Galvão (única boa notícia). Frustração de quem perdeu seu precioso tempo assistindo aquilo. Mais ainda de quem esteve passando frio no estádio.

2º Jogo – França x Uruguai – 3 títulos mundiais em campo – Jogo ruim. A França se classificou de forma questionável, cujo lance me recuso a descrever (já é fato notório). O Uruguai se classificou na repescagem. Nada a nada. O resultado mais justo seria um -1 x -1. Com direito a devolução do dinheiro dos ingressos.

3º Jogo – Coréia do Sul x Grécia – gregos falando coreano em braile – Jogo ruim, porém veloz. A campeã da Euro, Grécia, foi um fiasco. Me lembrou XV de Piracicaba contra XV de Jaú. Meu filho Gabriel pediu pra colocar o DVD dos “Carrinhos” o jogo todo. Não sabia que com apenas um ano e meio ele seria tão sapiente, prevendo o desastre que seria o jogo. Ao menos não foi empate. Coréia, quem diria, favorita, liderando a chave.

4ºJogo – Argentina x Nigéria – tangofire – Jogo apreensivo. No encontro de 2002 esculachamos a Argentina que caiu na primeira fase. Dessa vez foi diferente. Argentina favorita, apesar de se classificar no último instante. Nigéria, por sua vez, estava na condição de surpresa africana. Diziam que o Kanu (vide “dança da galinha esquisita”) tava no banco, mas não vi. Só vi a pressão da Argentina no começo, o gol obtido mediante fraude, Messi dando as caneladinhas que da no Barcelona e um time nigeriano bem abaixo das expectativas. 1 x 0 magro.

5º Jogo – Inglaterra x Estadozunidos – Colonizadores x Colonizados – Jogo ruim. Inglaterra mal. O reforço de última hora – a ausência do meia Beckham – não surtiu efeito. Com um frango bisonho, nossos chefes empataram o jogo. Alias jogaram de igual pra igual: mal. Gerard fez o gol da Inglaterra. As demais “estrelas” nada fizeram. Só não foi pior do que o...

6º Jogo – Argélia x Eslovênia - ??? x ????? – Jogo bobo. Nem os mais fanáticos se propuseram a acordar cedo pra assistir isso. Vitória da Eslovênia e dos que não precisaram aturar a narração do Rogério Corrêa com os comentários do Casão. Ainda bem que a organização escolheu bem o horário de jogo dos coadjuvantes.

7º Jogo – Sérvia x Gana – lembranças de Milosevic – Outro jogo duro. De agüentar. Após muita marcação, passes errados, lançamentos mal feitos, chutes imprecisos e jogadas mal ensaiadas saiu um pênalti. Gol. Nem Milosevic seria capaz de tantos maus-tratos.

8º Jogo – Alemanha x Austrália – chope choco – Jogo bom. Ataque contra defesa. Uma surra da Alemanha contra a péssima equipe australiana. Como diz o Marny, “toda hora tinha um dando condição”. Klose, Podolski e Müller não têm nada com isso. Bola pra dentro com um futebol bonito. Claro, é muito fácil jogar contra ninguém. Até o brasileiro Cacau (?) deixou o dele. A 1ª fase deve ser mesmo fácil pra Alemanha, mas não adianta se iludir. A copa pra eles ainda não começou.

9º Jogo – Holanda x Dinamarca – A volta da laranja mecânica – Daí eu acordei né? Não vi o time de Croiff e Cia, mas ta na cara que essa Holanda deve mesmo ficar pelas 8ªs. No máximo chega às 4ªs de final. Um coadjuvante de luxo. A Dinamáquina pifou. Aliás, foi o clássico dos coadjuvantes. Pelo menos não ficou no placarzinho magro.

10º Jogo – Japão x Camarões – Sushi com frutos do mar – Muita expectativa pelo futebol camaronês. Nada daquele Camarões de Milla e Oman Byik. O Japão fez um gol magro com o Tanaka. Depois colocou o Tanaka pra reforçar o meio-de-campo. Por fim, substituiu o autor do gol pelo Tanaka, pra preservar o artilheiro Tanaka. Retranca e jogo ruim.

11º Jogo – Itália x Paraguai – Defesa x Defesa – Outro jogo duro. Ruim mesmo. Truncado. Duas equipes defensivas. 1 x 1 ficou um ótimo resultado. Salvador Cabañas, com uma bala no côco, daria mais trabalho pra defesa italiana. Pirlo, machucado, criaria melhores situações pro seu time. Palmas pra ninguém. Azar de quem passou frio no estádio.

12º Jogo – Nova Zelândia x Eslováquia – nada contra coisa nenhuma – Outro jogo bobo. Dois coadjuvantes desnecessários. A FIFA tem que entender que não é a ONU e que copa do mundo não é lugar pra encontro das nações unidas ou da “representatividade dos continentes”. O símbolo não são as 5 argolas. Aliás, são dois times que nem tão acostumados com bola redonda. Alguém perguntou pro “craque” neozelandês (Klinger???) se a Jabulani é boa ou ruim?

13º Jogo – Costa do Marfim x Portugal – nem vira, nem desvira – Seleções da chave do Brasil. Apreensão pelo craque Drogba em campo. Do outro lado bons jogadores, até mesmo o falastrão C. Ronaldo. O Jogo? Ruim. Duro, truncado, passes errados, chutes bizarros. Sem dúvida, se alguém dessas equipes reclamou da bola, a recíproca seria verdadeira. 0 pra bosta do marfim e 0 pra bostugal.

14º Jogo – Brasil x Coréia do Norte – feijuca aguada – Jogo razoável. Não vou falar mal do Kaká, eis que nosso editor já faz isso por mim. Prefiro falar bem do Robinho. Atuou bem. Sofrido, o Brasil fez um golaço com o lateral direito e, num passe do Robinho, fez outro com o Elano. Noutra boa jogada – pro adversário, claro – nossa defesa fez um corta-luz, deixando o atacante Wit-Sal-Sich livre pra marcar o gol coreano. Vitória magra, mas 3 pontinho na tábua.

15º Jogo – Honduras x Chile – tsunami arrasador – Mais um jogo duro de aturar. Gol feio do Chile. Honduras foi cogitada pelo presidente da FIFA para ser campeã. Por isso devemos aplaudir a credibilidade da FIFA. Blatter está para a presidência da entidade maior do futebol assim como Juca Chaves estaria à frente da Orquestra Sinfônica de Berlim. Chile esta no nível da Holanda e Dinamarca na condição de coadjuvante. Honduras está no nível da Nova Zelândia.

16º Jogo – España x Suíça – chocolate alpino – Ótimo jogo! É sempre bom assistir uma zebra, logo na primeira rodada, logo contra uma das favoritas. Melhor que isso, só se a Argentina tivesse perdido, mas ainda há tempo. Com um gol horrível da Suíça, foi cômico ver o desespero espanhol.

Não pretendo fazer novas bostagens na 1ª fase a menos que o nível melhore na segunda rodada. Aliás, continuando assim, vou ligar o DVD pra assistir “Carrinhos”. Sábio Gabriel!

Tuesday, February 09, 2010

P.A.

Essa é uma espécie de bostagem-desculpas. Infelizmente não poderei comparecer ao encontro carnavalesco no coração do Brasil. Terei que postergar minha ida pelo mesmo motivo que levou ao cancelamento do show do Engenheiros na Guaratuba de 1992: força maior.



Se a presença não é possível, a memória é infalível. Assim, sapeco uma recordação vaga, mas suficiente, da última vez em que nos encontramos debaixo da mesma lua. Mim, Sancho e Negro, estávamos em Itapoá. Páscoa. Calor. E noite chuvosa. A conjuração astral perfeita pra encher o caneco. E assim foi. Estava sendo. Até que Sancho, num rompante jamais visto, inédito e, acredito, que jamais se repetiu, pediu arrego e lembrando o Baloubet Du Ruet nas olimpíadas, Sancho simplesmente refugou. Instantes antes esvaziou o copo na pia, enchou o pulmão de ar, o copo de cerva, tomou um gole e... foi dormir.



Negro e mim temos uma certa sintonia nesses assuntos. Certa vez Sancho, de um golpe só e no mesmo dia, mandou Negro pra casa cambaleando e eu fui parar na terra do nunca, de bruço e roncando. Mas no dia em questão, Negro e eu rimos de desistência de Sancho e fomos tomar outra pra comemorar.



Em certo momento, fomos até a frente da velha casa, sei lá por que cargas d'água (que passarinho não bebe). Deu-se então o seguinte diálogo, no qual serei denotado por C e Negro por N. Note por favor que há essa hora estávamos numa situação tal que isso era o máximo que nossa caixa craniana podia articular.



C: Nego, o que é PA?

C: Nego?!

N: fala Canhoto.

C: o que é PA?

N: que PA?

C: ali da placa.

N: placa? Que placa?

C: da rua po.

N: que rua??

C: putz...



lembrei então que a visão não é um dos predicados de nosso fiel colaborador.



C: ta vendo a rua em frente de casa?

N: to..

C: agora olha a placa perto da esquina.

N: que esquina?

C: jesus..

N: onde?

C: deixa pra lá.



Passado um momento:



N: achei, achei a placa! que que tem?

C: tá vendo escrito PA?

N: to. O que quer dizer?

C: é isso que eu to te perguntando.

N: acho que é... PA? mais que inferno.

C: acho que é Progressão Aritmética, a sigle bate.

N: larga de ser trouxa. Não tem nada a ver. O que isso teria a ver com uma placa na esquina?

C: é mesmo... vamos tomar uma pra ponderar.

N: demorou.



De volta em frente de casa:



C: poderia ser... Ponto Azul, Produto Acabado, Ponte Aaaa... sei lá.

N: Pergaminho Amarelo, Placa Azul, Pergunte Assim, Padaria Aa...quática?

C: vixi, a coisa tá braba.. Pare Agora, Pare Agora!!! A sigla bate e faz sentido!

N: Pare Agora... pode ser, mas porque não é só aquela placa vermelha?

C: sei lá, esse já é outro problema.

N: que que é aquela coisa desenhada do lado do PA?

C: primeiro não ve nada, agora ve demais... parece... uma... cruz, vermelha...

N: xiii, agora o negócio tá ficando meio misterioso.

C: cruz, PA, mas que coisa! Já se foi o tempo em que essa praia era boa... e compreensível. Agora tem gente estranha, asfalto, cruz pra tudo quanto é lado, PA no lugar daquelas placas vermelhas usadas em 100% do resto da humanidade, tá tudo uma zona, é a decadência da civilização greco-ocidental refletida nessa perspectica pós-humana que

N: canhoto?

C: que?

N: é Pronto Atendimento po.

C: e a cruz?

N: o símbolo uai.

C: rapaz é isso mesmo!!!

N: tá resolvido o mistério!!

C: maravilha.. po, agora sim!!

?: xxxxxxiiiiiiiuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!

C: xiu?

N:xiu?

C: deve ser alguém pedindo silêncio.

N: po xiu é duro. Não dá nem pra replicar. Se manda calar boca, ficar quieto, pelo menos dá pra dizer alguma coisa também. Mas xiu, putz xiu é demais

?: XXXXXXXIIIIIIIIIUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

C: agora engrossou.

N: pelo menos a gente matou a charada.

C: é mesmo. Vamos tomar uma pra comemorar?

N: demorou..

C: mas em silêncio.

N: não falou quem aqui mais tá... ou alguma coisa parecida.

Wednesday, December 16, 2009

Chega de Férias!

Chega de Férias! Isso mesmo. Dizer isso no meu último dia de trabalho aqui em Sampa é quase paradoxal, mas nosso vanguardista Sancho tem razão. Aproveito para, antes de começar a re-bostar, agradecer pelo "raul-castro"... o apelido poderia ser pior, já pensou ser chamado de Serra?



Nossa situação enquanto entidade cultural (a Canhoto e Sinistro mega-cooporation-consulters-production) vai mal. Nossa web-diência (o análogo de audiência para a web... estou cheio de neologismos engavetados) deve ter caído vertiginosamente. Os (dois) leitores que tínhamos certamente acharam algo menos despropositado para ler. Assim, é com a imensa liberdade de quem nunca é lido que podemos re-bostar. Por isso, quero também falar aqui de uma dupla. Minha dupla. Infinitamente inferior em todos os aspectos aos super-gêmeos-ativados (aliás tenho que conhecer essa dupla logo!) do nosso grão-mestre Sancho, mas ainda assim uma dupla que merece ser mencionada. Deixem-me homenageá-los.



Os gêmeos aos quais me refiro são muito fiéis. Estão comigo heroicamente. Herculeanamente. E pena não lembrar de mais nenhum adjetivo bacana (tudo bem, utilizar ''bacana" pra adjetivar um 'adjetivo' é realmente pobre... desculpem, estou fora de forma). Ah sim, lembrei, Dantescamente. Aliás nunca sei se isso é adjetivo ou adbvérbio de modo. Não importa. Meus gêmeos resistem de maneira brava e exemplar. São dois. Só dois, mas poderiam compor, um e outro apenas, um exército inteiro. Possuem bravura jamais vista. Isolamento, solidão, nada disso os abala. Há muito não encontram mais os seus. Seus pares se foram, um a um, marchando rumo ao vazio. Sucumbindo inexoravelmente ao caminhar dos ponteiros. Mas eles não, um e outro, outro e um, sempre estão comigo. Vez por outra os procuro, lançando-lhes um olhar de deferência. De quem sabe que se pode contar com eles. São bons amigos. Calados, pouco expressivos, mas firmes! Houve época em que eu duvidasse que ficariam. Cheguei realmente a acreditar que fariam como ou outros e iriam para sempre (desculpem o tom melancólico... é que essas coisas são tocantes, além do mais eu já disse que estou fora de forma). Mas eles, superando até a mais otimista perspectiva aqui estão. Ambos. Firmes.



E pra não me extrender demais (eu ainda lembro que da prolixidade gera-se o fastio) paro por aqui. Eu e meus dois restantes e últimos fios de cabelo nos retiramos. Não terminarei colocando a foto deles aqui, acho que ainda não há máquina fotográfica com resolução suficiente para enxergá-los. Mas eles estão aqui. E prometem assim continuar no futuro vindouro (tem algum futuro que não seja vindouro?).
Chega de férias! Que recomecem as bostagens (ou seria, que comecem as re-bostagens?).

Friday, December 04, 2009

filhos

Sim, no plural. Pensei muito antes de fazer essa bostagem, expondo meus filhos que nada têm a ver com minha insanidade.

Filho é ótimo. Gêmeos é ainda melhor. Melhor só se fossem trigêmeos. Vão se revezar no cargo de mentor.

Meus filhos nasceram no início do ano. Ao longo desse tempo como “pai” pude perceber a responsabilidade de cuidar de um ser humano tão pequeno e frágil. Percebi também que o ser humano, pequeno e frágil, não difere nada de um ser humano trintenário.

Meus filhos sempre foram parceiros, desde o útero da mãe deles. Quando nasceram, continuaram parceiros. Dormiam no mesmo berço, eis que eram muito pequenos (nasceram prematuros). Ou seja, já tinham que aturar, um as flatulências do outro.

As vezes ficavam acordados de madrugada. Bebiam muito e quase sempre soltavam um sonoro arroto. As vezes os excessos culminavam numa discreta (ou não) regurgitação.

Percebo que eles tão descobrindo o mundo, com a independência para se deslocar ao engatinhar. Eu também descobria o mundo quando meu pai me dava o carro com o tanque cheio e 50 pratas pra torrar à noite. Minha “independência pra se deslocar”. Após ficar acordado de madrugada e beber muito, arrotos e regurgitações ocorriam.

As comparações são interessantes. “Esse é mais danado, aquele tem cara de quietinho”. “Aquele é mais ‘conversador’, esse mais agitado”. “O Gabriel já ta quase andando. Será que o Guilherme ta com algum problema?”. “O Guilherme já tem 4 dentes, o Gabriel apenas 2, e agora?”. Por sorte sempre soubemos relevar a empolgação alheia e entender que eles são DIFERENTES! Ainda que fossem idênticos, seriam DIFERENTES!

Por fim, o que mais escuto é: “Vai ter mais filhos? E se vierem gêmeos de novo? E se forem duas meninas agora?”. Respondo: sim, pretendo ter mais filhos e se forem gêmeos, ótimo, pois tenho toda a estrutura (carrinho, cadeirinha, berços, etc.) e, agora, o know-how. Se forem gêmeas, serão muito bem vindas, pois a lata de tinta rosa pra pintar o quarto delas já ta comprada faz tempo. Só vou ter que trocar o Del Reÿ por uma Kombi. Mas isso é o de menos.

Vou concluir essa bostagem com uma foto deles. E convocar o Editor-raul-castro-chefe pra voltar a bostar. Chega de férias.


Monday, February 23, 2009

O que é pior

Brasileiro tem mania de grandeza, de colocar as coisas do Brasil como as maiores do mundo: a maior floresta do mundo, a maior favela do mundo, o melhor futebol do mundo e por aí vai. A coisa é tão maluca que o site do Terminal Rodoviário Tietê (aquele do Maluf) tem o seguinte slogan “A maior Rodoviária da América Latina”. Como se fosse motivo de orgulho.

Mas a mania de grandeza não para por aí. Ela se estende pra pessoas também. Atletas são os favoritos: Pelé foi o melhor jogador de futebol do mundo. Duvido que isso seja verdade. Tudo bem que não vamos compará-lo ao Maradona (a melhor fase do Maradona foi pior que a temporada 96/97 do Edmundo), mas e o Fuscas? Aliás, nem lembro como se escreve o nome do cara. Mas foi aquele que fez gol de tudo quanto foi jeito. Dizem também que o Senna foi o melhor piloto. O Senna? E o Schumacher? O alemão ganhou TUDO, quebrou TODOS os recordes, mas o melhor é o Senna. E se disserem que não dá pra comparar porquê era outra época e tal, então não há como afirmar que alguém foi melhor (visto que “melhor” ou “pior” é necessariamente comparativo). O Kaka é o melhor jogador do mundo atualmente. Veja bem, eu não gosto do Kaka. Nem tem muito motivo, não gosto dele gratuitamente mesmo, mas que ele não é o melhor, não é! O Cléber Pereira cansado e gaguejando joga muito mais que o Kaka.

Isso tudo sem contar outras coisas. Por exemplo, na música, que é mais controversa, já ouvi falarem que o Pixinguinha foi o melhor músico do mundo. Pra mim, que não diferencio um fagote dum oboé tudo é festa. E como não tenho nada de ruim pra falar do Pixinga, vou dar o benefício da dúvida pra essa afirmação. Dizem também que o Brasil tem as mais belas praias. Não sei, não conheço todas. Mas conheço Matinhos... então se no resto do mundo for como lá, não vai ser muito difícil ganhar essa. Falam ainda que somos o povo mais criativo do mundo. Não lembro de nenhum brasileiro que tenha obtido sucesso inventando algo. O brasileiro não inventou o avião, nem a televisão, nem a internet, tampouco o carro, a roda, o futebol, nada! Acho que quem fala isso confunde criatividade com gambiarra. Porque nesse último quesito sim, somos imbatíveis!

O triste é que com toda essa memória ufanista o brasileiro esquece de quem não deveria. Por exemplo, Milton Santos. Brasileiro, preto, pobre, e um dos maiores geógrafos do mundo. Ganhador da maior honraria atribuída a um geógrafo... e esquecido, desconhecido. Mas o último ganhador do BBB (o maior reality show do mundo, provavelmente) certamente é lembrado! Pra falar a verdade não sei o que é pior: engrandecer o que é pequeno ou diminuir o que é enorme. Outro exemplo é o Paulo Coelho, o aclamado maior escritor do mundo. Na minha opinião qualquer folhetim, nota, recado, bilhete, carta, correio elegante, rabisco ou rascunho do Guimarães Rosa é melhor que o melhor livro do Paulo Coelho. Mas o Guimarães também não é muito valorizado, pelo menos não no Brasil. É lembrado só nas listas de livros pra vestibular. Bom, poderia ser pior. Poderiam cobrar o Paulo Coelho no vestibular. Já imaginou analisar figuras de linguagem num texto do Paulo Coelho? Só poderia ser assim:
Na frase “o atirador, o arco e a flecha eram uma só coisa” o autor usa:
1) Concordância por silepse.
2) Uma onomatopéia.
3) De um mau gosto extremo.
4) LSD.
Ou ainda:
O livro “O diário de um mago” é narrado em:
1) Primeira pessoa.
2) Terceira pessoa.
3) João Pessoa.
4) Algo que, com muito esforço, possa ser chamado de literatura.

No fim essa coisa de melhor ou pior é meio sem nexo mesmo. Mas temos mania de elegermos uns heróis. “Triste da nação que precisa de heróis” disse Brecht. Tristes de nós, a nação mais exagerada do mundo.

Monday, January 19, 2009

Reminiscências

Mais dia, menos dia isso sempre acontece. É passatempo predileto nosso elembrar as infâmias elaboradas e impostas pelo senhor Marny a nós, netos. Dessa vez, como de todas, tive informações a mais. Estávamos eu (um Marny) e o Marny, conversando sobre o Marny. Aliás, anos atrás fui descobrir que Marny é uma palavra polonesa que significa triste. Logo, ela se aplica bem, pelo menos pra mim, em alguns dias, atos e, tenho de concordar, também a algumas bostagens.

Mas voltemos ao assunto. Eu e o Marny lembrávamos de algumas idas à caixa d'água da
casa da praia. Essas histórias normalmente têm mais graça quando contadas na hora, erbalmente, e geralmente com a platéia num estado entre pouco sóbrio e dando alvíssaras a noticiário de óbito. Mas em todo caso tentemos.

Dizia eu, conversávamos sobre nossas idas à caixa d'água. Aquele lugar escuro, empoeirado, perto do teto (e do inferno), repleto de artrópodes purulentos, cheia de fios de eletricidade, e com temperatura média de 76 graus Celsius. Se não me engano, foi lá, no embocadouro desse claustro que o vô, após espetar o mancho com a lanterna para que subisse mais rápido chamou-o pela primeira vez de aranha.

Antes das histórias vamos a algum contexto: a caixa d'água fica no sótão da casa da praia, cuja entrada é por um buraco no teto do último quarto da casa, o popular IML. A tal caixa, colocada com maestria exatamente no lugar onde os fios se entrecruzavam volta e meia vazava, ou parava de fornecer água, ou resolvia por abrir-se em furos, ou qualquer outra desculpa para nos forçar a lhe encontrar.

Subi lá várias vezes. Na primeira o vô me deu um conselho valiosíssimo: "Cuidado, não pisa no fio nem no forro!". Ótimo, olhei e só o que vi foi fio e forro. E uma vez que não costumo achar que posso voar (pelo menos não sóbrio) gritei ser impossível chegar à tal caixa. Mal sabe o homem do que é capaz quando estimulado, a necessidade realmente é a mãe da criatividade. Entre continuar ouvindo toda sorte de impropérios do vô e chegar, sabe-se lá como, à maldita caixa, optei por singrar o sótão o mais rápido possível. Foi-me custoso. Veja bem, é difícil admitir mas tenho medo de aranhas. Medo aliás é pouco para descrever meu pânico esquizofrênico. Pra mim, uma aranha é prova cabal de que Deus não existe. Se existisse, Ele na sua magnânima sapiência deixaria que somente as lagartixas e os batráquios se encarregassem do equilíbrio natural. Mas a aranha existe, e a vida é cruel.

Cruzando o sótão entre o calor estonteante, os fios, o forro e os apelidos nada agradáveis do vô, eis que noto a presença de aranhas terríveis, como todas. O vô ficava de fora, apenas com a cabeça no sótão e com uma lanterna que era capaz de iluminar a alma. Nós, entretanto, éramos munidos com uma lasca de DUREPOX e uma lanterninha paraguaia vagabunda, como todas, que ficava presa entre os dentes, pois as mãos deviam estar sempre prontas para matar um mosquito faminto ou servir de abano jogando mais ar quente na cara. A pressa era por estancar um vazamento d'água. Coisa que geralmente é simples, não fosse tudo o que descrevi até agora. Eu não achava o bendito furo. O tempo passava, um olho procurando o furo, o outro nas aranhas malditas, ainda o outro piscando (e eu sei que você me entendeu), as mãos tateando a caixa, os dedos dos pés lembrando as garras de um tucano para não escorregar da viga para o forro, os ouvidos repletos de impropérios cada vez mais acentuados. E o calor, sempre o calor.

Decidi reverter a situação, dei a volta pela caixa e, longe do olhar atento do vô e da lanterna que a tudo via, bradei ter encontrado o furo. Mentira. Mentira das mais deslavadas, mas funcionou por algum tempo. Amassei com pressa o DUREPOX e grudei numa parte aleatória da caixa. Suava tanto que nem precisou de água pra dar a liga ao DUREPOX. Eu estava livre, desci rápido, lépido, pronto pra correr pro mar. Quando a bomba d'água foi ligada para testar o fim do vazamento, obviamente não havia fim nenhum. E, mais vazamento, mais palavras doces ao pé do ouvido e mais expedições ao sótão.

Mas não era só eu, claro que não, que usava de algum subterfúgio para tornar a ida ao sótão menos espartana. Conta-se que o Marny, certa vez, após algum tempo suando às bicas no calor desértico do sótão, lá pelo meio-dia, não aguentou mais e sem ninguém avisar, num assomo de desespero, destelhou uma parte do sótão colocando a cabeça pra fora da casa. Tragou o ar com denodo, lembrando novamente que respirava na atmosfera terrestre e não na marciana. E prometeu, olhando pro mar, estar lá o mais rápido possível. Novamente recomposto, tratou logo da caixa pra cumprir sua promessa. Aos mais novos, que nada disso enfrentaram, só resta rir das histórias. Pelo menos até um novo vazamento.

Monday, December 08, 2008

Home-nagem

O tricolor levou o caneco do campeonato brasileiro. Infelizmente não exatamente o tricolor que eu gostaria mas enfim, ontem o São Paulo ganhou e tivemos outra parada gay na Av. Paulista.

Em tempos de festividades de fim de ano não há como não comparar o estádio do Morumbi com uma das maiores iguarias natalinas, o panetone. Aquele, assim como esse, é redondo por fora e cheio de frutinha dentro.

Mas isso é tudo papo-furado de invejoso e o São Paulo não merece tais injúrias. O Ricky por exemplo, dizem que na verdade ele nem é gay (nem o cara da sauna gay do Casseta e Planeta, nem o Ron@ldo...). Os mesmos que isso afirmam logo esclarescem: ele só faz tipo pra agradar a torcida. Particularmente acho que ele não é gay. Mas o namorado dele é!

Tem tambêm a historia de que o mascote do time será trocado por um bambi, pra se adequar mais à desenvoltura e agilidade do time em campo. Mas acho isso improvável. Se for pra se adequar à equipe, então o novo mascote tem que ser um trevo de quatro folhas, pois é inegável a carga de "sorte" que o time tem. Eu ia sugerir que pra simbolizar essa "sorte" o mascote fosse uma ferradura, mas dai o Murici pode reclamar de ter um pisante a menos.

Pra encerrar, nessa minha homenagem não vou nem lembrar que o golaço decisivo do Borges foi impedido. Gostaria apenas de cunhar um novo termo que me parece propício ao momento. Depois das já famosas malas brancas e malas pretas, temos agora a mala rosa (ou pink, se preferir): parece que além de kit de maquiagem (pra dar uma repaginada no visual), ela vem com ingressos de shows pop. E com direito a acompanhante.