Friday, April 20, 2007

Pobre São Paulo... pobre paulista

O paulistano é sempre um caso interessante. Esforço-me, onde quer que esteja, para traçar uma espécie de perfil. Um panorama geral que, se por um lado oculta as individualidades, por outro fornece um senso coletivo.



Eis o resultado deste lugar: 1) o paulistano é possuidor de aguçada imaginação. Primeiro, tem a absoluta convicção de que buzina abre espaço. Basta uma leve interrupção em seu livre trânsito para a mão ser levada à buzina (e ali permanecer até o limite da paciência, principalmente de quem nada tem a ver com aquilo). 2) o paulistano não possui senso lógico: em hipótese alguma, o morador desta cidade, consegue entender que o trânsito com chuva é exatamente igual ao sem chuva, porém molhado. E embora a água seja a única diferença o trânsito torna-se caótico. Alguns lançam mão da desculpa dos alagamentos e etc. Só não compreendo como um alagamento pode justificar uma série de barbeiragens. 3) o paulistano é absolutamente aficcionado por estereótipos: na famosa Avenida Paulista dez entre dez engravatados exibem olheiras profundas acompanhadas do celular aos berros e um cigarro. Julgam-se assim homens de negócio. E o pior é confundir isso com estilo de vida. 4) o paulistano afirma que o futebol daqui é o melhor do país. É o mais organizado sem dúvida, mas está longe de ser o melhor. Os bons resultados vêm da organização, pois esta engendra dinheiro, que viabiliza melhores contratações, que gera resultados, que recai em mais dinheiro, e assim ciclicamente. 5) o paulistano adora compatir: vide mercado de trabalho na cidade, guerra entre torcidas de futebol e escolas de samba. Outro dia passei por acaso em frente ao barracão da escola mancha verde. No estábulo se encontram os seguintes dizeres-"Respeito Mano, também morre quem atira". Realmente concorda com o princípio pacífico e festivo do samba. 6) o paulistano não aprende fácil: após eleger inúmeras vezes o Maluf, elege o Pita, elege o Maluf de novo e agora o Serra. Este último acaba de perdoar multas do ICMS de empresas de comunicação e se nega a fornecer os nomes dos devedores. Uma atitude desmedida sequenciada por uma anti-democrática.


Assim sendo, como balanço geral volto à afirmação inicial. O paulistano é sempre um caso interessante.

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