Wednesday, June 28, 2006

Antologia do "seu Berlin"

Seu Berlin era um caso a parte em qualquer que fosse o caso. Trago a baila algumas de suas pérolas, umas poucas é bem verdade. Dada sua vasta obra, isto constitui apenas uma milimétrica parte que quando comparada ao conjunto... se iguala a zero.

1) Compra da Camarões: Reza a lenda que certa vez, indo à popular praia dos pescadores em Itapoá (sempre Itapoá) seu Berlin abriu um freezer repleto de camarões verdes e fétidos. "Escuta tche, de quando é esse camarão?". O desinformado vendedor diz: "Esse aí é da semana". E eis que: "Dessa cor! Só se for da semana da pátria!". Perspicácia inegável.

2) Chuva na estrada: Rumo a Itapoá em uma manhã de chuva intensa e com cara de poucos, mas muito poucos amigos mesmo, seu Berlin para em uma barraca de beira de estrada para comprar uma daquelas 130 saliências que faziam a vó chegar na praia com os pés para o alto. O agradável vendedor, sempre pronto a puxar conversa desfere: "Chuva lá fora né!". E toma: "Não, aqui dentro de certo". Tolerância zero.

3) Por um motivo até hoje meio obscuro há na praia uma torneira em um dos quartos, normalmente destinado aos mais desfavorecidos na já citada hierarquia consuetudinária (dentre eles este que vos escreve). O fato é que a bendita torneira fica exatamente em cima de uma cama (sim, realmente é difícil de entender. Tente desenhar.). Eis que em uma dada vez abriram a torneira e, como não poderia deixar de ser, foi água pra todo lado. Seu Berlin sem mais demora: "Mas tá doida! Por que tú fez isso?". Acreditem ou não a resposta foi: "Nossa, não sabia que ia sair água.". E pra felicidade geral dos ouvintes, seu Berlin fuzila: "Mas é uma torneira tche! Queria que saísse o que? Canapés!". Sensacional.

Como disse seu Berlin sempre foi um caso a parte. Se tivesse que definí-lo diria que foi uma pessoa que andou pela inquietude como se não houvesse outro caminho. Ou que andou pela inquietude mesmo havendo outros caminhos. Não sei bem. Talvez o próximo fato o defina melhor.

4) Conta-se que em uma churrascaria de um amigo (dono do estabelecimento) seu Berlin almoçava com a habitual fome voraz que lhe era característica. O tal amigo não querendo deixar nada faltar ao cliente e camarada pergunta: "O senhor quer alguma coisa?". E como tudo estava ao gosto do amigo, ouviu que nada queria. Pouco depois volta com a mesma pergunta e novamente tem um "não" como resposta. Passado algum tempo lá volta o preocupado colega e novamente recebe um "não", desta vez mais seco e austero. Na quarta vez, após repetir a mesma pergunta toma de flanco: "Sim! Gostaria que o senhor me deixasse comer em paz!".

Risos por conta da casa.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

CANPÉS??? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAA
"10"DE NOVO

6/29/2006 5:49 AM  

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