Monday, June 26, 2006

O Império contra a Thaca

Thaca é uma menina cubana. Trabalha desde cedo. Tudo bastante comum, exceto pelo fato de Thaca fazer de modo artesanal sandálias, pulseiras, brincos e outros ornamentos que viraram moda no velho mundo. A qualidade dos produtos impressiona. Com uma mistura na dose certa de sensibilidade caribenha e precisão germânica, Thaca consegue convencer desde as madames posudas até os mais severos críticos de moda na europa. O fato é que Thaca não consegue vender seu produto fora de Cuba por este país estar sob embargo econômico do Império. Alguns de seus produtos que saíram da ilha de Fidel contrabandeados desfilam em Milão junto a Ralph Laurens e Versolatos. Cogita-se até mesmo uma exposição no Louvre.

Thaca não é contra o regime. Sabe que sem Fidel, Cuba seria outra república das bananas. Não quer ganhar mais do que merece nem menos do que precisa. Só não entende como uma nação que empunha o estandarte da democracia, dentre outras coisas elege seus representantes por colégio eleitoral (que está para o sufrágio como o escambo para o comércio) e bombardeia um país inteiro para retirar um regime ruim e o deixa ainda pior.

E o Império continua por aí; por aqui. Desde MacDonalds a Tela Quente tudo tem a mão do Império. Aliás a rede globo é um belo exemplo. Pelo menos uma vez na semana passa um filme nacional... os outros seis dias são dedicados a enaltecer a cultura imperial. Thaca, assim como nós não tem lá muitas chances. Ela só tem talento, inteligência e cultura. Nada disso abala o Império.

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