Tuesday, June 27, 2006

Uma noite de perdição

Para não deixar a história desconexa, vou relatar aqui o que ocorreu na noite anterior, enquanto meu cérebro ainda processava alguma coisa.

Geralmente a receita em Itapoá era: Primos + Bebida + Maresia + Bebida + Música + Bebida = merda, claro!

Lembro-me como ontem. Eu, Canhoto (Editor-Chefe), Negão e Eduardo* (nomes alterados para preservar a identidade dos envolvidos) juntamente com os demais primos, resolvemos sair para curtir a noitada no Maresia. Como o carro de Eduardo havia fundido dias antes, emprestamos o carro do vô.

Chegando à taverna, com a carcaça de 16 anos já razoavelmente consumida pela bebida durante a tarde, nos sentamos e tornamos a beber mais uma cervejinha. Uma aqui, outra ali...quando nos demos conta estávamos na pista de dança e já havia uma torcida organizada para o Negão no concurso do Requebra.

Com toda nossa experiência de bons bebedores, eu e o Canhoto resolvemos tomar algo para “repor a glicose”. Nada melhor do que um... Kapeta?!?!?!?! Uma simpática mistura de leite-de-coco, leite condensado, pó de guaraná, curaçau, cachaça e outros psicotrópicos. Não demorou a começarem a surgir as primeiras alucinações. Labaredas e tridentes para todo o lado. Oportunamente voltamos a tomar cerveja.

Mas ainda precisávamos da bendita glicose, quando me prontifiquei a providenciar algo salvador. – Amigo, preciso de algo doce... O barman trouxe Campari. Que seja. Acho que aquela visão foi demais para o Canhoto, que pegou a chave do carro e foi dormir em cima do “xinilllllll” zero bala que o vô havia colocado nos bancos.

Subitamente surgiu uma confusão. Alguns nativos se ofenderam com o bravo desempenho do Negão na dança do Requebra (e que lhe garantiu um 3º lugar), o que levou o proprietário do antro a nos convidar gentilmente a cair fora.

Aceitamos o convite e, quando chegamos no carro, Eduardo estava sentado desolado sobre o capô, se penitenciando por ter perdido a chave do veículo. O efeito do álcool o fez esquecer que o Canhoto estava tirando uma soneca no interior do veículo que estava com os vidros embaçados.

Então partimos. Embora muito bêbado, só imaginava minha cama com cheiro de naftalina. Nada que uma dormida até o meio dia não resolvesse. Foi quando ouvimos um barulho: Sglóoooooosh.... Arrrrrrooooouut..... O aroma não deixou dúvidas: a barriga do Canhoto tava pior do que panela de macumba, e ele acabou regurgitando boa parte do que tinha ingerido. Talvez tudo que tivesse ingerido e parte do sistema gastrintestinal. Eduardo tomou uma séria decisão colocando Canhoto no banco da frente para que vomitasse para fora do carro. Mas o mal já estava consumado.

Quando imaginamos que não tinha jeito de piorar, eis que surge em nossa frente um atoleiro onde três marmanjos(as) estavam parados, sabe Deus esperando o que, àquela hora. Eu e Alexandre (outro dos nossos) então aplicamos nossa força, dada a urgência que a situação requeria. Mas estávamos tão bêbados que empurramos o carro das frangas e esquecemos de andar, o que nos rendeu um belo tombo de cara no barro.

Depois de chafurdar na lama até localizarmos nosso centro de gravidade, tínhamos outra situação para contornar. O vômito no forro novo dos bancos do vô. Negão, num momento de brilhantismo, sacou o forro e arremessou no mato. Eduardo, mais brilhante ainda, se lembrando que existe água e sabão no planeta, resgatou o “xinilllll” já bastante avariado.

Finalmente chegamos em casa de forma discreta. Não sei por que motivo todos estavam acordados. Uma última golfada sobre a mureta e nos arremessaram em nosso quarto.

Não sei que a que horas chegamos em casa. Mas pude ouvir uma senhora conversando alto. Um papo estranho, provavelmente mais um resquício de alucinação ocasionada pelo Kapeta. Foi quando me senti num filme de terror, quando o sonho vai se tornando realidade e, num golpe brusco, pude ver o vô invadindo o quarto requisitando os serviços do Canhoto. Pior ainda, numa inversão hierárquica preestabelecida consuetudinariamente, onde o mais velho é mais graduado, o vô o autorizou a recrutar um aspone: Eu.

Confirmando o que já foi dito, tivemos direito a café da manhã, oportunidade em que vi nosso “Carlinhos de Jesus” e Eduardo se explicando sobre o que havia acontecido com o xinilllll.

Depois da noite de perdição, Kapetas, Cervejas, Camparis e Requebras, só poderia surgir uma manhã de renovação da fé. Mas essa história já conhecemos bem.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Aí Canoto&Sinistro...

Vou pedir direitos autorais, e como a galera era grande na ocasião, pode ser que vocês tenham uma "enxurrada" de ações judiciais para contestar.
Ainda bem que tem pouco advogado na família!
Ficou "10"

Abraços

Eduardo...rsrsrs...

6/27/2006 6:29 AM  
Anonymous Anonymous said...

TAMBEM TENHO DIREITO AUTORAIS DE MEU FAMIGERADO E ORIGINAL APELIDO.
CADA DIA Q PASSA VCS ME SURPREEENDEM COM TANTOS DETALHES Q POUCOS LEMBRAM.
NOTA "10".

6/29/2006 5:48 AM  

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