Monday, September 17, 2007

Nem mesmo errado

Tendo como base as últimas notícias (?) apontadas nos mais diversos meios de comunicação, achei por bem voltar a alguns assuntos que vez ou outra precisam de revisão. Primeiramente, o país vinha em um contínuo desaparelhamento do Estado. E qualquer pedaço de lenha sabe que isso é feito quando o Estado tem um papel secundário, um papel de mediador(de compra e venda), um papel naoliberal. O mesmo pedaço de lenha sabe que o aparelhamento do Estado é feito quando se trabalha (ou se pretende trabalhar) em uma social democracia (como no continente Europeu) ou uma política protecionista(como nossos patrões yankees). Pode ser que haja mais vagabundagem e roubalheira. Mas novamente o pedaço de lenha verá que, ao menos por enquanto, não estou falando disso.

Segundo, volto à tecla da distribuição de renda. Um por cento do país (150 mil pessoas) possui cinquenta por cento do PIB enquanto 50 milhões estão abaixo da linha da pobreza. E se, a essa altura, alguém disser que estes estão assim porque são vagabundospode procurar uma tatuagem da suástica no indivíduo que certamente ela está lá. Assim sendo, argumentos que não levem à distribuição de renda como problema principal, na minha opinião, não estão nem mesmo errados. Sequer precisam ser levados em conta. Distribuir renda é o que, em tese, o atual governo se propôs a fazer. Se está fazendo ou não, ou se está fazendo corretamente ou não, é outra questão.

O problema é que anteriormente essa questão sequer era levantada. Não havia distribuição e pronto acabou. Era nabase do "não me dê o peixe, ensina-me a pescar". Qualquer bíbede que envergue o cunho de ser humano percebe que issoé, na melhor das hipóteses, demagogia. Caso alguém duvide faça o seguinte: fique 4 dias sem ingerir nada e vá tentar aprender qualquer coisa. E sim, estou sendo bastante complacente com apenas 4 dias de jejum.

Falou-se aqui da classe média, que está sendo "estrangulada" e a distribuição feita às suas custas. Ah, coitados. Sabemos que a aludida classe nunca quis direitos, mas sim privilégios. Logo tomo com cautela qualquer asserção feita por ela. E é bom lembrar que o país se divide em dois blocos insones: os que não dormem de fome e os que não dormem com medo da insurreição dos que não dormem de fome (os "estrangulados"). Novamente, é claro que ninguém é ingênuo o suficiente, exceto os petistas, para afirmar que o governo está fazendo plenamente a parte dele. Não está! Claro que não!

Pelo menos isso precisa ser claro. O governo atual possui toda sorte de escória e é tão corrupto quanto 99% dos governos anteriores, o que, obviamente, não justifica a corrupção (e nunca vi ninguém sério dizer que justificasse). Entretanto o governo atual é melhor do que o anterior (quer queira quer não). Esta é a reflexão útil: nosso país é tão ruim, que um governo aparvalhado, incompetente, torpe, corrupto e inepto como o atual ainda é o melhor. Eis a situação.

A nossa mídia é, visivelmente, parcial. Deturpa altissonantemente qualquer coisa que em algum ponto toque em assuntos do governo; talvez por muitos colunistas pertencerem à tal classe média que se vê "estrangulada", não sei. Mas que deturpa, deturpa. Vê quem quer e não vê quem não quer, mas é tão apelativo que chega a ser hilário. Ainda assim as eleições deram no que deram. Corrobora-se portanto um antigo ditado da máfia mineira: se chiar adiantasse, sonrizal não morria afogado. Eu sempre preferi epocler, que aliás fica por minha conta.

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