Monday, June 04, 2007

O duvidoso pelo certo

Recentemente saiu na revista VEJA uma reportagem sobre sobre dois irmão gêmeos, um declarado branco e o outro negro. A revista comparava a classificação racial com o anti-semitismo nazista e chegava à conclusão de que não há raça.


Não quero discutir aqui a política de cotas, uma das coisas boas do governo FHC. Sou amplamente a favor das mesmas e, com a política de expansão para alunos de baixa renda, sou ainda mais a favor. As cotas estão cumprindo seu papel, afinal, qualquer um sabe que dentre os pobres os mais pobres são negros.


Mas não é essa a questão (ou é?). Aqui quero ajudar a revista VEJA. Como, segundo a mesma, é impossível decidir se uma determinada pessoa é branca ou negra, proponho um teste. Se algum aluno ou aluna se declarar negro ou negra e isso gerar confusão, faça-se o seguinte: Leve-o à DASLU. Se quando entrar o segurança (que será negro) for chamado, o aluno é realmente negro. Ou ainda, leve-o a um shopping center da cidade e entre num banheiro. Se o aluno for da mesma cor da pessoa que estiver trabalhando naquele subemprego, então é negro. Caso isso seja muito despendioso siga o seguinte procedimento: Pergunte ao aluno em questão se ele tem emprego. Se tiver, compare o contra-cheque dele com alguém do mesmo cargo e reconhecidamente branco. Se ganhar a mesma coisa é branco. Se ganhar menos é negro. Se ganhar muito menos é uma mulher negra. Não preisa nem do exame de corpúsculo de Baar. Ainda nesse campo, compare a cor do referido com a das pessoas de maior cargo em algumas empresas, ou ainda, compare sua cor com a da maioria universitária. Se for igual, é branco. Senão, é negro. Não falha. É preto no branco.


Vemos assim o quanto é fácil saber a raça de alguém no país. Troca-se o método duvidoso (auto declaração), por um preciso (descriminação e preconceito). Vivemos num país de pobres e pretos, e ambos, embora o conjunto tenha intersecção, não tem oportunidade. Se não se tentar nada, assim fica e a gente continua achando normal a novela da globo ambientalizada na Bahia com um único negro (lembram do Rufino?). É evidente que tais políticas têm erros. Mas algo está sendo feito. É preciso debate, discussão. Amplo exercício dialético.


Machado proclamou "Suporta-se com muita paciência a dor do fígado alheio." Até quando o fígado será do alheio?


1 Comments:

Blogger Unknown said...

Lujo, eita guri danado. As cotas devem ser pros pobres, não pros negros, senão o branco pobre tá lascado, além do que, no Brasil a mistura de raças é muio grande.
Dá-lhe Grêmio Rumo ao Tri...
Pro Sancho: Tão Robando meu Curintia.

6/05/2007 3:02 PM  

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