Thursday, April 06, 2006

Ode à discórdia

De fato, no que tange à questão indígena vejo muito pouca coisa com algum sentido. Casos isolados nunca, exceto em livros de estória, tiveram verdadeira relevância. Falar portanto desse cacique ou daquele tem tanto impacto quanto falar do papa-capim. Talvez por isso o cacique Cautémoc tenha sabiamente formulado seu argumento em aspectos impessoais e, portanto, válidos. A não ser que valha tudo! Mas aí, faz ainda menos sentido.
Minha opinião pessoal, que aliás menos importa, é que contra fatos não há argumentos. Fato: a estrutura espoliativa do passado saturou a europa de metal latino-americano escravizando e matando milhões de índios deste vasto continente. Duzentos anos após o início da matança, um iluminado padre católico começou a se indagar se os índios tinham alma (As Veias Abertas da América Latina, Eduardo Galeano). Não quero com isso dar a falsa impressão de ser sensivel a algum tipo de causa indígena, mas é fato que a análise localizada e descontextualizada destes problemas nos levam a construir opiniões sobre caixas de areia. O problema, por exemplo, em Dourados-MS é um inevitável choque cultural somado a uma enorme ingerência da FUNAI. De novo, enfatizo que isso não significa fazer dos culpados inocentes. Porém de maneira alguma devemos, de casos isolados e óbviamente extremados, fazer dos inocentes culpados.
Do contrário, voltemos então à hecatombe indígena e fiquemos nós, alienígenas, com nossas baixíssimas taxas de homicídios e criminalidade.

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